terça-feira, 28 de setembro de 2010

Abismo de rosas

Quando li esse poema parece que alguma coisa tocou em mim, não que tenha semelhança com algo que vivi, mas pela profundidade do sentir.. por falar de amor. Um amor que alguém deixou passar ..assim como muitas coisas na vida que deixamos passar e quando vê, o cenário já é outro e é aí que fica a beleza do amor, que é triste mas belo!


Ao amor em vão fugir
procurei, pois tu
breve me fizeste ouvir
tua voz mentirosa, deliciosa...
E, hoje, é meu ideal
um abismo de rosas
onde, a sonhar, eu devo,
enfim, sofrer e amar!
Mas, hoje, que importa
se tu'alma é fria?
Meu coração se conforta
na tua própria ironia!
Se há no meu rosto
Um rir de ventura,
que importa o mudo desgosto
de minha dor, assim,
sem fim?
Se minha esperança
o que não se alcança
sonhou buscar,
deve calar
hoje o meu sofrer
e jamais dele te dizer.
O amor que é puro
suporta obscuro,
quase a sorrir,
a dor de ver
a mais linda ilusão morrer.
Humilde, bem vês que vou
a teus pés levar
meu coração, que jurou
sempre ser amigo e dedicado.
Tenha embora que viver
neste sonho enganado,
jamais direi
que assim vivi
porque te amei!



(Américo Jacomino)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

sem censura